A presente comunicação sugere uma reflexão sobre a “singular” e também “plural” condição do tradutor que atue na particular experiência aqui descrita. A ação – que diz respeito ao livro Oração pelo poema, de Alberto da Cunha Melo, traduzido em língua italiana – propôs uma sugestiva reflexão sobre “identidade” e “alteridade”. Tal tradutor, nessa circunstância, traduz um texto poético para uma língua que, mesmo não sendo a sua língua materna, de fato lhe pertence plenamente, já que utilizada cotidianamente na sua vida profissional e nas relações sociais. Realiza-se, dessa forma, uma “mistura identitária” que se propõe como dispositivo de mediação do relacionamento que o tradutor “intencionalmente exerce”, consciente de uma hibridação linguística e cultural que compõe a moldura no interior da qual pode se tornar legítima a sua re-leitura e a sua re-interpretação do texto. Uma avaliação que, exatamente enquanto reconhece uma pluralidade das perspectivas latentes no texto a ser traduzido, induz, de fato, a confirmar a conotação “aberta” do produto cultural. Verifica-se, assim, a situação atípica de uma ação tradutória já não exercida na condição tradicional em que o eu/tradutor traduz na própria língua o texto do outro. Ao contrário, verifica-se a condição na qual o eu/tradutor re-versa o texto na (sua) língua estrangeira.

Tradutor “impróprio”: do português ao italiano entre identidade e alteridade

Katia de Abreu Chulata
2017-01-01

Abstract

A presente comunicação sugere uma reflexão sobre a “singular” e também “plural” condição do tradutor que atue na particular experiência aqui descrita. A ação – que diz respeito ao livro Oração pelo poema, de Alberto da Cunha Melo, traduzido em língua italiana – propôs uma sugestiva reflexão sobre “identidade” e “alteridade”. Tal tradutor, nessa circunstância, traduz um texto poético para uma língua que, mesmo não sendo a sua língua materna, de fato lhe pertence plenamente, já que utilizada cotidianamente na sua vida profissional e nas relações sociais. Realiza-se, dessa forma, uma “mistura identitária” que se propõe como dispositivo de mediação do relacionamento que o tradutor “intencionalmente exerce”, consciente de uma hibridação linguística e cultural que compõe a moldura no interior da qual pode se tornar legítima a sua re-leitura e a sua re-interpretação do texto. Uma avaliação que, exatamente enquanto reconhece uma pluralidade das perspectivas latentes no texto a ser traduzido, induz, de fato, a confirmar a conotação “aberta” do produto cultural. Verifica-se, assim, a situação atípica de uma ação tradutória já não exercida na condição tradicional em que o eu/tradutor traduz na própria língua o texto do outro. Ao contrário, verifica-se a condição na qual o eu/tradutor re-versa o texto na (sua) língua estrangeira.
2017
978-88-8305-127-2
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