Na esteira de Walter Benjamin e de Jacques Derrida, que nos deixaram o legado da tradução como possibilidade de sobrevivência da obra literária, os irmãos Haroldo e Augusto de Campos desenvolveram uma teoria e “praticaram” a tradução no sentido de perpetuar o texto literário, transformando-o segundo os paradigmas não mais eurocêntricos, mas, certamente, utilizando e “absorvendo” as literaturas “outras” segundo uma concepção mais abrangente do ponto de vista cultural e da materialidade da obra de arte. Augusto de Campos, em particular, nos seus dispersos formalizados em prólogos, prefácios e introduções, frequentemente com títulos já indicadores de sua abordagem teórica, e, em geral, nas suas próprias traduções, fornece conceitos e traduções que indicam um percurso que reforça a tradição por meio da crítica literária via tradução. Assim, nossa proposta de análise prevê a reflexão sobre a teoria dispersa, as traduções e parte da obra poética de Augusto de Campos, inspirada na tradição literária, até aquela esquecida ou desvalorizada em momentos históricos e fases literárias que subestimaram a “invenção” e a criatividade formal e linguística. O objetivo desse estudo fundamenta-se na hipótese de que a tradição erudita e popular na poesia e na sua tradução como “aventura translinguística” e “risco” possam construir uma tradição tradutória a partir dos pressupostos da criatividade e da recuperação do “velho” como condição para a afirmação do “novo”.

Augusto de Campos, a “tradução como crítica” e a “aventura translinguística” em prol da tradução como tradição.

Katia de Abreu Chulata
Primo
2018-01-01

Abstract

Na esteira de Walter Benjamin e de Jacques Derrida, que nos deixaram o legado da tradução como possibilidade de sobrevivência da obra literária, os irmãos Haroldo e Augusto de Campos desenvolveram uma teoria e “praticaram” a tradução no sentido de perpetuar o texto literário, transformando-o segundo os paradigmas não mais eurocêntricos, mas, certamente, utilizando e “absorvendo” as literaturas “outras” segundo uma concepção mais abrangente do ponto de vista cultural e da materialidade da obra de arte. Augusto de Campos, em particular, nos seus dispersos formalizados em prólogos, prefácios e introduções, frequentemente com títulos já indicadores de sua abordagem teórica, e, em geral, nas suas próprias traduções, fornece conceitos e traduções que indicam um percurso que reforça a tradição por meio da crítica literária via tradução. Assim, nossa proposta de análise prevê a reflexão sobre a teoria dispersa, as traduções e parte da obra poética de Augusto de Campos, inspirada na tradição literária, até aquela esquecida ou desvalorizada em momentos históricos e fases literárias que subestimaram a “invenção” e a criatividade formal e linguística. O objetivo desse estudo fundamenta-se na hipótese de que a tradição erudita e popular na poesia e na sua tradução como “aventura translinguística” e “risco” possam construir uma tradição tradutória a partir dos pressupostos da criatividade e da recuperação do “velho” como condição para a afirmação do “novo”.
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